sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Sem vestígios...



Não sou acessório nem adorno pra ser mostrada como algo que se possui,
mas também não sou caixa de sapato pra ser guardada dentro de armário.
Sou mais que isso.
Não quer pistas que te entreguem,
não quer meus vestígios,
tem medo de me mostrar.
Sou motivo de orgulho,
não nasci para ser escondida.


Silvia Mara

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Desconstruções


"Quando a gente conhece uma pessoa, construímos uma imagem dela. Esta imagem tem a ver com o que ela é de verdade, tem a ver com as nossas expectativas e tem muito a ver com o que ela "vende" de si mesma. É pelo resultado disso tudo que nos apaixonamos. Se esta pessoa for bem parecida com a imagem que projetou em nós, desfazer-se deste amor, mais tarde, não será tão penoso. Restará a saudade, talvez uma pequena mágoa, mas nada que resista por muito tempo. No final, sobreviverão as boas lembranças. Mas se esta pessoa "inventou" um personagem e você caiu na arapuca, aí, somado à dor da separação, virá um processo mais lento e sofrido: a de desconstrução daquela pessoa que você achou que era real. 

Desconstruindo Flávia, desconstruindo Gilson, desconstruindo Marcelo. Milhares de pessoas estão vivendo seus dias aparentemente numa boa, mas por dentro estão desconstruindo ilusões, tudo porque se apaixonaram por uma fraude, não por alguém autêntico. Ok, é natural que, numa aproximação, a gente "venda" mais nossas qualidades que defeitos. Ninguém vai iniciar uma história dizendo: muito prazer, eu sou arrogante, preguiçoso e cleptomaníaco. Nada disso, é a hora de fazer charme. Mas isso é no começo. Uma vez o romance engatado, aí as defesas são postas de lado e a gente mostra quem realmente é, nossas gracinhas e nossas imperfeições. Isso se formos honestos. Os desonestos do amor são aqueles que fabricam idéias e atitudes, até que um dia cansam da brincadeira, deixam cair a máscara e o outro fica ali, atônito. 

Quem se apaixonou por um falsário, tem que desconstruí-lo para se desapaixonar. É um sufoco. Exige que você reconheça que foi seduzido por uma fantasia, que você é capaz de se deixar confundir, que o seu desejo de amar é mais forte do que sua astúcia. Significa encarar que alguém por quem você dedicou um sentimento nobre e verdadeiro não chegou a existir, tudo não passou de uma representação – e olha, talvez até não tenha sido por mal, pode ser que esta pessoa nem conheça a si mesma, por isso ela se inventa. 

A gente resiste muito a aceitar que alguém que amamos não é, e nem nunca foi, especial. Que sorte quando a gente sabe com quem está lidando: mesmo que venha a desamá-lo um dia, tudo o que foi construído se manterá de pé."

Martha Medeiros

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Que tenhamos a paz necessária para acalmar nossos corações,
Entrando em sintonia com nossas almas,
Harmonizando nossos pensamentos,
Elevando nossos sentimentos.
Que a serenidade permeie nossas vidas.

S.M.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Exorcismo

E quando você tem a certeza de que o exorcismo funcionou,
jogou tudo fora, limpou cada canto,
vem um fantasma safado querendo estragar tudo...

Silvia Mara

sábado, 13 de outubro de 2012

Quanta coisa existe de que não preciso para ser Feliz!


"Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos e em paz nos seus mantos cor de açafrão. 

Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. 

Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente. 

Aquilo me fez refletir: 'Qual dos dois modelos produz felicidade?' 

Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: 

'Não foi à aula?' Ela respondeu: 'Não, tenho aula à tarde'. 

Comemorei: 'Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde'. 

'Não', retrucou ela, 'tenho tanta coisa de manhã...' 

'Que tanta coisa?', perguntei. 

'Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina', e começou a elencar seu programa de garota robotizada. 

Fiquei pensando: 'Que pena, a Daniela não disse: 'Tenho aula de meditação! 

Estamos construindo super-homens e super mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados.

Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! 

Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: 'Como estava o defunto?'. 'Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!' 

Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa? 

Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual. Somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. E somos também eticamente virtuais... 

A palavra hoje é 'entretenimento'; domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. 

Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: 'Se tomar este refrigerante, vestir este tênis, usar esta camisa, comprar este carro,você chega lá!' 

O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose. 

O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades, autoestima, ausência de estresse. Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. 

Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping-center. É curioso: a maioria dos shoppings-centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingo. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas... 

Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Deve-se passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sentir-se no purgatório. Mas quem não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno... 

Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do Mc Donald...

Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: 'Estou apenas fazendo um passeio socrático.' Diante de seus olhares espantados, explico: 'Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia:... "Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser Feliz"!!"

Frei Beto

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Vontade...


- Sim, só de ida, por favor...

S.M.

sábado, 6 de outubro de 2012

Círculos Fechados

"É preciso saber sempre quando se acaba uma etapa da vida. Se insistimos em permanecer nela, depois do tempo necessário, perderemos a alegria e o sentido do resto.
Não podemos estar no presente sentindo falta do passado. O que aconteceu, aconteceu. Não podemos ser filhos eternamente, nem adolescentes eternos.
Os acontecimentos e as pessoas passam por nossas vidas e temos que deixá-los ir! Por isso, às vezes é tão importante esquecer de lembrar, trocar de casa, rasgar papéis, jogar fora presentes desbotados, dar ou vender livros…
Na vida ninguém joga com cartas marcadas, e a gente tem que aprender a perder e a ganhar. O passado passou: não espere que o devolvam. Também não espere reconhecimento, ou que saibam quem você é. A vida segue para frente, nunca para trás.
Se você anda pela vida deixando portas “abertas”, nunca poderá desprender-se, nem viver o hoje com satisfação. Casamentos, namoros ou amizades que não se fecham, possibilidades de “regresso” (a quê?), necessidade de esclarecimentos, palavras que não foram ditas, silêncios… Fazer a faxina emocional e arrumar espaço nas gavetas do futuro para o novo.
Não por orgulho ou soberba, mas porque você já não se encaixa ali, naquele lugar, naquele coração, naquela casa, naquele escritório, naquele cargo…
Você já não é o mesmo que foi há dois dias, há três meses, há um ano… Portanto, nada tem que voltar!!!"
 (Autor Desconhecido)

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Finalizando...

Sua teimosia em permanecer com antigos livros abertos, recusando-se a fechar a contracapa do que já acabou, o impede de conhecer novas histórias, novas aventuras.
O novo livro só se abrirá quando houver entrega de quem o maneja. Só se permitirá desvendar quando o ávido leitor deixar sua alma aberta para novos sentimenos e sensações.
Permitir-se folhear e sorver o que de mais precioso ele pode lhe oferecer é fazer jus à sua intenção de fazê-lo crescer, melhorar, evoluir.
Valorize o que lhe é colocado em mãos.

Silvia Mara

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Semeando e Colhendo...

E tem aquele dia em que você questiona suas atitudes, suas escolhas, seu bom senso, sua sanidade. Gasta horas e horas pensando "E se isso? E se aquilo?", mas não chega à nenhuma conclusão.
Sente-se perdida no tic tac do tempo, que não perdôa, não retorna.
Mas tem também aquele momento que você recebe de presente uma graça, uma benção. Fica sabendo que tocou o coração e a alma de alguém. Que aquela semente lançada tempos atrás, num terreno que não sabia fértil ou não, germinou. A ponta da folha começa a aparecer no solo, buscando absorver o máximo da luz, o crescimento, a elevação.
São em dias como esse que a esperança é renovada e passamos a acreditar que fazemos diferença pra alguém.

Silvia Mara